terça-feira, 15 de julho de 2014

'Ficou o legado do respeito', diz índio sobre passagem da Alemanha na BA

Cacique elogiou contato com jogadores alemães em Santa Cruz Cabrália.
Para secretário, vinda da seleção ajudou a desenvolver turismo na região.

Um legado que vai além de bens materiais e se traduz em respeito e visibilidade. A passagem da Seleção da Alemanha pela região de Santa Cruz Cabrália, município localizado no sul da Bahia, durante a Copa da Mundo, foi elogiada e comemorada tanto por índios da Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, que tiveram contato com os jogadores, como também por gestores da cidade.
Antes de se despedir, na última sexta-feira (11), a Federação Alemã de Futebol (DFB) deixou para os índios um cheque de 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil). No entanto, para o cacique Zeca Pataxó, engana-se quem pensa que esse foi o melhor presente doado pelos alemães.
"Falavam que o alemão é muito frio, mas eles demostraram ser diferentes. Sentavam com a gente, nos receberam, conversaram. Para nós foi um aprendizado muito grande. Eles deixaram esse cheque de 10 mil euros, mas isso vai além dos bens materiais. Eles deixaram um legado de respeito, consideração, de coisas boas para a população não só indígena, mas em geral", destaca o cacique.
Segundo Zeca Pataxó, o dinheiro será usado para a compra de um carro que ajudará no atendimento médico à comunidade. "Ainda vai levar uns dias pra comprar o carro porque o dinheiro sai da Alemanha e vem pro Brasil. Vem uma pessoa especial que vai retirar o dinheiro", explica. "Esse carinho deles vai ficar para o resto da vida. Uma coisa que ninguém imaginava, que a Alemanha ia ter esse respeito todo, e eles mostraram isso", Acrescenta.Fernando Oliveira, secretário de Turismo de Santa Cruz Cabrália, conta que o centro de treinamento usado pelos jogadores será transformado em resort e que os alemães negociam um convênio com algumas instituições do município. "Eles estão vendo um convênio com uma escola municipal, um centro de cultura e uma ONG. Seria uma ajuda de 20 mil euros em um período de quatro anos. Mas ainda não está nada certo", ressalta.
Vista aérea do paradisíaco CT da Alemanha em Santa Cruz Cabrália, na Bahia (Foto: Renato Ribeiro / TV Globo)Vista aérea do paradisíaco CT da Alemanha em
Santa Cruz Cabrália, na Bahia
(Foto: Renato Ribeiro / TV Globo)
Devido ao desgaste ambiental provocado durante o período que estiveram hospedados, os alemães também se comprometeram a reformar um campo de futebol da comunidade de Santo André, povoado da região. "É uma compensação ambiental. Eles poderiam ter dado dinheiro por conta do desgaste ambientel, mas nós sugerimos que eles fizessem essas melhorias no campo", afirma Oliveira. 
g1.Bahia

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